24.08.2011 Aeroportos regionais

A administração pública, no Ceará, vive de ciclos. A cada período governamental, nas últimas quatro
décadas, foram lançadas políticas setoriais, com relativa influência econômica, como parte do objetivo de impulsionar o desenvolvimento regional. Contudo, a falta de continuidade nessas diretrizes tem contribuído para interromper iniciativas capazes de mudar o perfil econômico do Estado.

Depois da derrocada da cultura algodoeira, consorciada com o plantio de milho e feijão, o Estado ainda necessita amadurecer um sucedâneo para a agroindústria regional, fincado, porém, em bases sólidas, de longo prazo, de modo a evitar os atropelos do meio da jornada, como ocorre agora com algumas culturas agrícolas. A certeza da indução dessas iniciativas, assegurada nos estímulos do poder público, ainda representa a melhor saída para a sobrevida dos negócios.

Durante o primeiro governo Virgílio Távora (1963-1966), a administração estadual implantou uma rede de aeroportos no Interior do Ceará, com a finalidade de expandir a infraestrutura aeroportuária, facilitando os deslocamentos, por via aérea, em aeronaves de pequeno e médio portes, para atender à dinâmica da gestão pública. Essa rede integrou à Capital regiões até então isoladas, onde eram raras as ações do poder público em benefício de seus moradores.

Com a passagem do tempo e a sucessão dos governantes, essas bases aeroviárias deixaram de merecer a conservação do poder público, sendo ocupadas pelo mato. As cercas de delimitação foram igualmente destruídas e dessa rede pioneira restam poucas áreas em condições de permitir as operações de pouso e decolagem de aeronaves, mesmo as de pequeno porte.

Como parte da atual política de fomento ao turismo, o Estado deu a partida inicial para a construção de aeroportos com capacidade para receber aviões até o porte de um Boeing, redescobrindo, desse modo, a relevância da aviação regional.

Esses novos aeródromos serão prioritariamente localizados em regiões privilegiadas como destino turístico, como os litorais Leste (Canoa Quebrada) e Oeste (Jeri, Flexeiras, Lagoinha). Daí a construção inicial do Aeroporto Regional de Aracati, com pista de 1.800 metros de cumprimento, 30 metros de largura, equipamentos necessários às operações de pouso e partida. Com o terminal de passageiros em fase de acabamento, o novo aeroporto aguarda apenas a licença da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para entrar em operação.

Paralelamente, o projeto de construção do Aeroporto Regional de Jericoacoara encontra-se em andamento. A licitação do terminal de passageiros está em fase de análise. Enquanto o aeroporto de Aracati custou R$ 18,6 milhões, o projeto de Jericoacoara está estimado em R$ 57 milhões. A estação de embarque e desembarque foi orçada em R$ 11 milhões e as obras da pista de pouso, já iniciadas, em R$ 46 milhões. O financiamento procede da União e do Estado.

A pista de Jeri terá 2.300 metros de extensão e 45 metros de largura, possibilitando a operação de aeronaves de maior porte. A conclusão das obras está prevista para junho de 2012. Os voos serão negociados priorizando o enfoque turístico.

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