Índice no Ceará já foi de 3,2%, há seis anos. Queda deve-se
à valorização do real e turbulência internacional
"Dois em cada cem turistas que vêm ao País têm como
destino algum município cearense". O Ceará é 9º estado mais visitado por
estrangeiros no Brasil, com 2% da preferência. Essa é conclusão de um pesquisa
divulgada, ontem, pelo Ministério do Turismo e Instituto Brasileiro de Turismo
(Embratur). O estudo "Demanda do Turismo Internacional no Brasil" foi
realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
De acordo com o levantamento, que leva em conta o período
compreendido entre 2004 e 2010, São Paulo (22,5%), Rio de Janeiro (20,1%),
Santa Catarina (13,2%) e Paraná (13%), juntos recebem mais da metade da demanda
(68,8%) de estrangeiros que entram no País.
Copa
Para presidente da Embratur, Flávio Dino, o mundial de
futebol em 2014 poderá melhorar ainda mais o desempenho do Estado. "A
visibilidade que Fortaleza terá como uma das cidades-sede da Copa do Mundo é
uma oportunidade histórica para aumentar essa participação", avalia Flávio
Dino.
No ranking nacional por cidades, Fortaleza recebe 1,2% de
todos os turistas estrangeiros do País. A Capital cearense está na 15º
colocação nacional. Na comparação com o ano passado, o resultado constatado
pelo levantamento foi de uma leve queda na participação em 2009, quando a
cidade recebeu 1,5% dos visitantes.
Queda nas visitas
Conforme a pesquisa, o percentual, que, em 2010, foi de 2%,
seis anos antes era de 3,2%. Além disso, de acordo com o mesmo estudo,
Fortaleza caiu, em similar intervalo, de 2,3% para 1,2% em participação de
turistas de fora do País.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de
Hotéis do Ceará (ABIH-CE), Régis Medeiros, a quantidade de visitações de
turistas do exterior ao Ceará tem diminuído. "Com exceções de algumas
áreas como Jericoacoara e o Cumbuco, por exemplo, no geral, a taxa de ocupação
desse tipo de visitante não chega a 6%. Antes, esse índice era até de
15%", explica Régis Medeiros.
Na visão dele, a queda se deu em virtude da acentuação da
turbulência econômica nos países europeus, principalmente, Itália, Portugal e
Espanha. "São as pessoas destes países, que, historicamente, mais procuram
o Ceará. Com a crise e a valorização do dólar, ficou mais caro vir para o
Nordeste do Brasil", diz o representante da ABIH-CE.
Conforme Régis, a reabilitação do dólar ainda não foi o
suficiente para movimentar o setor hoteleiro. "Ainda é muito incipiente
para gerar algum impacto por aqui", completa.
OBRAS DA COPA
Pinto Martins está em situação ´grave´
A informação sobre o Aeroporto é do ministro da Aviação
Civil. Belo Horizonte e Manaus também integram grupo
De maneira geral, as obras nos aeroportos brasileiros com
vistas à Copa do Mundo estão correndo no prazo, conforme informou ontem o
ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Não é o caso de
Fortaleza. O Aeroporto Internacional Pinto Martins, segundo o ministro, é
considerado o de situação "mais grave", na companhia dos terminais de
Belo Horizonte e Manaus. Não é para menos: a menos de três anos para o início
do mundial, nenhum tijolo foi erguido ainda no aeródromo da Capital.
O projeto para a construção do aeroporto ainda está sendo
elaborado. A última previsão aponta que sua conclusão ocorrerá ainda neste mês.
Entretanto, falta licitar, reduzindo mais o tempo para a execução das obras. O
deputado federal José Guimarães já tinha afirmado ao Diário do Nordeste, no
último dia 20 de setembro, que a reforma poderia ficar comprometida caso não
fosse incluída no Regime Diferenciado de Contratações (RDC) - regras que devem
reger a contratação de serviços da Copa e Olimpíadas.
Licença garantida
A finalização do projeto e o lançamento do certame são um
dos últimos empecilhos à obra, que já detém até Licença de Instalação da Semace
(Superintendência Estadual do Meio Ambiente). A promessa da Infraero, através
do superintendente Estadual, Wellington Santos, é que as obras sejam iniciadas
em março do ano que vem, tendo por base que o edital de licitação sairá ainda
em outubro e que o certame deverá se prolongar por cerca de 60 dias ou, no
máximo, 120.
A primeira fase do projeto deve ser concluída em dois anos,
ou seja, em março de 2014, às vésperas do Mundial. Nesse momento, o terminal
terá mais que o triplo do tamanho atual. Com isso, o aeródromo sairá dos atuais
38.500 m² de área para 117.600 m², no ano do evento; e 133.800 m² em 2016. A
capacidade aumentará para nove milhões de passageiros/ano, em 2014; e para 14,2
milhões de pessoas dois anos depois. A expansão é imprescindível justamente
porque a movimentação no Pinto Martins aproxima-se do limite. Em 2010, chegou a
cinco milhões de passageiros. O investimento será de R$ 398 milhões.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER
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